terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Os caminhos da vida

Uma amiga querida (@ivinacarla) está desbravando o maravilhoso mundo da televisão. Durante troca de e-mails sobre o novo desafio dela, prometi emprestar um manual que recebi durante a faculdade com 
dicas de textos para televisão. Esta noite, fui revirar meu material dos tempos da UFC e fortes lembranças me invadram.

Entrar na faculdade é como descortinar um mundo novo. Ter neste período pessoas que te servem de referência é algo que ficará para o resto da vida. E eu tive a sorte de encontrar uma dessas pessoas.

A minha admiração pela Tânia Furtado veio inicialmente pela identificação com a disciplina - antes mesmo de entrar no curso de Comunicação Social, imaginei seguir carreira na televisão. Até comecei nela, mas a vida nos oferece caminhos que a gente sequer espera.

Ela era uma pessoa polêmica: tinha quem detestasse o jeito dela. Eu gostava muito. Digo até que a Tânia foi uma das minhas professoras preferidas. Com ela, aprendi quase tudo o que sei sobre TV. Com ela, topei o desafio e finalizamos o primeiro telejornal da cadeira de Telejornalismo da UFC pois fui a escolhida para ser editora-chefe deste projeto vitorioso. Foram dias difíceis. Não tínhamos equipamentos nem profissionais: só muita boa vontade.

Na época, a turma foi dividida em cinco equipes e fizemos matérias sobre a chegada do ano 2000. O Cláudio, funcionário do curso, era o motorista, cinegrafista e editor de imagens. Foi um mês inteiro para editarmos cinco matérias (coisa que em ilhas de edições normais, são editadas num turno). É, não foi fácil. Mas o orgulho do dever cumprido nos aproximou ainda mais.

A Tânia foi a minha orientadora na monografia e foi a pessoa que me deu meu primeiro emprego dentro da profissão. Pelas mãos dela, fui guiada para as redações de verdade. Com ela, tive a possibilidade de conviver também como colega.

Por um período, dividimos as mesmas angústias, pois, por coincidência, o meu pai e o dela adoeceram na mesma época. O meu partiu primeiro. O dela, anos depois. Dizem até que a perda do pai desencadeou tudo.

Por causa dos caminhos da vida, perdi o contato com ela. Lembro da última vez que estive com ela. Fui visitá-la em casa, pouco tempo depois que teve o Lucas. Ela parecia feliz, realizada. Depois disso, tinha notícias esporádicas de colegas que, de vez em quando, falavam-me sobre sua saúde. Jamais imaginei que daria no que deu.

Semana que vem, dia 15 de dezembro, irá fazer um ano que ela partiu. Fiquei abalada ao saber, por uma nota de jornal, que ela tinha falecido. Ainda hoje não me acostumo com a ideia de que uma pessoa que por um longo tempo foi referência, pode ter um desfecho tão lamentável.

Tânia,
Deixo aqui meu carinho, reconhecimento e, acima de tudo, minha gratidão.
 

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