quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Presentes e agrados

Já falei tanto de Glorinha que me senti em dívida com Marco Antônio. Papai era uma pessoa muito querida por todos. Diria que prestativo era seu principal adjetivo. Ele, assim como eu (acho), não era muito de chamego com amigos mas, quando precisavam, era o primeiro a se dispor a ajudar.



Ele era quem contornava a situação em casa e fazia de tudo pra agradar as crias. Tanto com presentes como com carinho. Mamãe, sempre na labuta, regrava mais nossas coisas mas ele não media esforços para nos agradar. Foi pelas suas mãos que ganhamos nossa 1ª Kenner* (é a nova!); compramos nossas 1as mortalhas* – sim ainda eram mortalhas – para o Fortal (ainda na contramão da Av. Beira Mar) e tantas e tantas outras coisas.

Marco Antonio nunca bateu na gente. Nos momentos de nervosismo, trancava-nos no quarto e pedia para eu e a Ju chorarmos e, assim, a mamãe pensar que ele estava nos castigando. Era como um pacto de lealdade: ele não nos batia nem a gente dizia para a mamãe.

Lembro-me com saudade e ainda acho graça das coisas dele. Na infância, era muito esforçado. Queria agradar as filhas mas nunca acertava nossos presentes. Ia no rumo mas não acertava.

Minha irmã pediu uma Barbie e ele chegou com uma Barbie Face*. De tão frustrada, a Ju comprou uma boneca do jeito que ela sonhava com o primeiro salário que recebeu.

O Pogobol* (aquele que a gente pulava até machucar os pés), ele trouxe um Jambol* (vergonha de estar desenterrando essas besteiras) que era com bases parecidas com funis com as quais a gente jogava a bola pra lá e pra cá.

Outro exemplo de falha bem intencionada do bichim foi o Cara a Cara* (jogo de dicas que tinha que adivinhar o personagem da carta do adversário) e o papai chegou todo feliz com o Cara Maluca*.

Não importava. A gente ficava feliz sempre, por sentir tanta boa vontade. Aqui também terei chances de falar sobre ele e das heranças boas que nos deixou.

E como não poderia deixar de ser, também abro espaço aqui para a Glorinha. Nesta época de Natal, lembro de uma das dela de quando a gente era criança. Eu e a Ju ainda acreditávamos em Papai Noel. Numa noite de Natal, ela chegou com o presente pra gente: o tão sonhado Atari* (só desenterrando...). Felizes, agradecemos ao Papai Noel pelo presente. Indignada, ela foi logo argumentando: Era só o que faltava! Eu me mato de trabalhar para comprar esse presente e o Papai Noel é quem fica com os créditos. Quem comprou fui eu!

E foi-se embora o encanto do Natal. Mas ficamos longos anos brincando de Pac-Man*.

*Se você é jovem o suficiente e não conhece os itens marcados com asterísco, joga no Google Imagens.

Um comentário:

  1. Ah Carol..e esse pai tão querido..deve estar fazendo brinde com os anjos em sua homenagem..filha e pai amados..bonito de se ver em qualquer momento...bjos

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